Em 1970, a fábrica da VW estava nos seus anos dourados. O carocha caminhava para o seu 25º aniversário e o presidente Heinz Nordhoff resolveu expandir a gama entrando noutros segmentos como as vans ou os coupés, contando para isso com a colaboração da Karmann-ghia.
Nordhoff manteve-se, no entanto, fiel ao conceito do motor de 4 cilindros em linha refrigerado a ar.
Em meados dos anos 70 o mundo progredia rapidamente. A indústria automóvel europeia rejuvenescia, com conceitos actualizados como era o caso da tracção à frente.
Os fabricantes japoneses começavam a exportar, primeiro para os Estados Unidos e depois para todo o mundo. Como resposta a VW expandiu-se, investindo grandemente na Audi, que adquiriu à Daimler-benz em 1965. Este período mais ou menos próspero seria interrompido em 1973, com a crise petrolífera, altura em que as vendas caíram em todo o mundo com consequências negativas para a indústria que se viu obrigada a reformular toda a sua estratégia. Quando Kurt Lotz sucedeu a Nordhoff em 1968, a VW já tinha perdido a liderança para a Fiat. Entretanto investiu nos recursos humanos e numa estratégia de médio prazo que viria a ser compensada mais tarde.
Lotz esteve apenas dois anos no cargo, em 1970 é sucedido por Rudolph Leiding que desempenhou um papel importante no Audi 80 que, em 1972, estreou uma nova gama de motores. Foi Leiding que começou a pensar em construir um carro que, na VW, tivesse o mesmo posicionamento do Audi 80. Foi pedido ao estilista italiano Giorgetto Giugiaro que trabalhasse o estilo do futuro carro que viria a ser conhecido por passat. Um automóvel com tracção dianteira e motor refrigerado a água, com a missão de compensar a queda das vendas do carocha.
O audi 80 tinha servido de inspiração, mas agora a VW tinha de seguir o seu próprio caminho, e fê-lo com três modelos que substituíram o carocha, acabando em 1975 com os modelos refrigerados a ar. Eram eles o Sirocco, o Golf e o Pólo, todos tinham tracção à frente e com motores transversais. A Volkswagen descobrira um novo topo de gama.
No entanto não era a ideia de um motor transversal que deu o sucesso aos novos modelos da VW, uma vez que estes ja tinham sido utilizados em grande escala pelo mini, pelo BMC 1100 e pelo Peugeot 204. Foi a maneira como todo o novo conceito se organizou que impressionou os observadores mais atentos. Quando o Scirocco de duas portas foi apresentado, foi considerado para muitos o ensaio para que o Golf tivesse surgido em 1974. Ambos os carros foram desenhados por Giugiaro.
Mas o que tornou o Golf inovador foi a imagem dinâmica da sua carroçaria, aliada à economia de utilização. Mais tarde o Golf GTi equipado com o motor 1.6 de injecção com 105 cv veio dar um cunho desportivo e criar a classe dos GTi dos quais ainda hoje o Golf é uma referência.
Golf cabrio dando uma imagem de Juventude
Depois do mote dado pela Volkswagen, quase todos os construtores europeus seguiram a mesma filosofia sem que isso tivesse, durante mais de uma década, afectado a imagem de vendas do Golf. O sucesso foi tão grande que o modelo alemão cai já na sua quinta geração.