ORIGEM
A necessidade de abastecimento de determinadas peças e cojuntos nas linhas de produção do "Carocha", leva os engenheiros da Volkswagen
a desenharem uma plataforma automóvel destinada ao transporte interno.
Em 1947, ao aliar a Plataforma móvel já concebida com um esboço que o importador holandês Ben Pon faz na sua própria agenda, surge um novo modelo.
Nasce o modelo da Volkswagen que, a par com o Carocha, iria conhecer igualmente um sucesso
asoluto: o Transporter (Type 2- designação interna).
A sua aprovação é dada por Heinz Nordhoff no ano seguinte(1948), e em 12 de Novembro de 1949,
uma dezena de protótipos do Transporter são montados manualmente em Wolfsburg.
A Transporter tinha as características técnicas practicamente iguais
à do Carocha. O motor era o mesmo: 4 cilindros opostos, refrigerado a ar, com 1.131 de cilindrada. A potência máxima de 25CV às 3300 rpm e o binário
máximo de 67 Nm às 2000 rpm; características que, de inicio, eram suficientes para responder às necessidades do mercado, mas com rapidez multifacetou-se
dando resposta às mais diversas exigências e Utilizações.
O inicio da produção em série dá-se em 1950, e rapidamente o Type 2 ganha um lugar de destaque na sua cidade Berço. No final do ano já contavam com a produção de 60 unidades diárias.
EM PORTUGAL
É em abril de 1950 que a A Volkswagen chega a Portugal com um enorme sucesso. Ganha de imediato a atenção geral e obtém, no 1.º Ano, o 8.º lugar no "ranking" das vendas, com 343 unidades vendidas (no ano seguinte 726 unidades obtendo um confortável e meritório 3.º lugar). Em Dezembro de 1950 é Divulgado o
novo e surpreendente modelo: A Transporter (ou melhor, a Pão de Forma- como ficou célebre em Portugal).
A cormercialização, em Portugal,
caracterizou-se desde sempre pelo conhecimento das necessidades dos clientes, criando e adaptando as versões destinadas às exigências dos
mesmos.
A EVOLUÇÃO
O ano da chegada, da Transporter, a Portugal correponde aos primeiros "restylings" do modelo
Original: As grelhas de refrigeração do compartimento do motor passam a ser horizontais, os Pára-choques frontais são arredondados nas pontas e
reforçados de cada lado. O logotipo frontal aumenta de tamanho e passa a existir um na traseira do veiculo. As goteiras de protecção no tejadilho surgem
em cima das portas (mas não em toda a volta), e, a roda suplente passa é arrumada numa parteleira que surge num espaço por cima do motor.
No ano que se segue, em 1951, a cadência de produção aumenta rapidamente e a Transporter torna-se o ideal para o sustentar a retoma económica em
todo o mundo.
Em 1951 surge uma pequena janela traseira e as goteiras são alargadas para todo o tejadilho. O fecho das portas adopta o formato de um
"T".
Em 10 de Abril de 1951 apresentam a primeira Kombi, esta (Transporter) estava equipada com três vidros laterais e de mais 2 bancos
desmontáveis, podendo transportar 6 passageiros com conforto e ainda com espaço para bagagem por cima do compartimento do motor.
O MiniBus DeLuxe(Samba) de 8 lugares, surge a 27 de Junho e é versão precursora dos monovolumes dos nossos dias. Tinham um quarto
de vidro lateral num total de 23 vidros de forma a aumentar a luminosidade no interior. Com o Tablier a toda a largura e com uma opção disponivel de
rádio.
A 1.ª Ambulância é produzida no dia 13 de Dezembro de 1951 (série limitada). Foi a primeira a dispor de
uma abertura traseira para o compartimento de carga. A parteleira sobre o motor foi rebaixada e o depósito de combustivel passa para trás do motor, por
cima da caixa de velocidades, com enchimento no lado direito. A roda suplente é colocada por detrás do banco da frente, e, surge também um vidro que separa os bancos frontais do compartimento de "carga". Todas esta alterações só irão ser adoptadas a todos os modelos em 1956.
Em 1952, a 25
de Agosto, a versão Pick-Up é acrescentada à gama já existente. A parte frontal do veículo mantém-se sem alterações, e passa a ter um
compartimento de carga aberto. Esta versão tem as portas rebativeis e lisas. No final do ano acrescentam a caixa de 4 velocidades, com três
sincronizadas.
Em 1954, a Samba recebe um novo pára-choques e uma protecção de aluminío para os cantos. A Kombi
e a Minibus recebem vidros laterais possíveis de abrir e os famosos vidros frontais Safari, que se abriam para cima ficando em posição horizontal e
deslocando os limpa pára-brisas para uma borracha suporte, que ficou conhecida como "bico-de-pato", posicionada no centro dos dois vidros. As portas das
Pick-Up são reforçadas com 4 recortes nas laterais e 3 na traseira.
O sucesso crescia de dia para dia, e no mês de Outubro de 1954 é alcançado o n.º 100.000 de unidades produzidas, é anunciada a Fábrica de Hanover, especificamente para a Transporter, e na Austrália é inaugurada uma fábrica de montagem.
Nesse mesmo ano, o motor passa para 1.192cm3 com 30Cv às 3.400rpm e a taxa de compressão de
6,6:1, o que permite ultrapassar com maior suavidade. É introduzido o pára-choques traseiro em todas as versões.
No ano de 1955 o tejadilho
alonga-se à frente (parecendo um boné). As Jantes passam de 16" para 15" , o sistema de travagem é melhorado e ganham um novo tablier em metal pintado
da cor da carroçaria. O velocimetro é graduado até aos 100Km/H, e, o volante novo tem apenas 2 braços. O condutor passa a ter pala protectora de sol.
Em 1956 aparecem as primeiras "Pão de forma" da fábrica de Hanover. Estas tem alterações a nível
dos faróis traseiros que funcionam como luz de presença e pisca, o central mantém-se como "Stop". Esta série conta com o retróvisor exterior do lado
direito. É neste ano que avança o acordo com a Westfalia para a produção das Transporters adaptadas ao campismo.
No salão de Frankfurt, em
1957, são apresentadas as Pick-Up de cabine dupla, a de plataforma alargada para fora da carroçaria e a Pick-Up com reboque especial para
transporte de objectos compridos (por ex. Troncos de àrvore).
Em
1958, o travão passa a ser sinalizado nos faróis laterais. A Pick-Up, de cabine dupla, ganha mais um banco de forma a transportar equipes de trabalho e materiais. A Pick-Up simples tem, agora, a opção de portas em madeira com armadura metálica ou metal adaptando-se às mais diversas
utilizações. Em Portugal, eram utilizadas para transporte de gado, palha ou mesmo gás.
A partir de 1959, todas as velocidades são sincronizadas, o Carter é agora uma só peça de aluminío moldada de forma a evitar as fugas de óleo. O motor sofre também uma evolução; a taxa de
compressão elevada a 7:1, e uma potência que se eleva até 34cv às 3.600rpm. O carburador Solex 28 PICT é equipado de uma ingnição automática, e o filtro de ar de um dispositivo de reaquecimento do ar.
As caixas de aquecimento são mais eficazes, o pé do dínamo, moldado com o Carter do motor, é suhbstituído por um pé desmontável. A saida do escape passa para a esquerda e torna-se curva.
Devido o
aumento do n.º de veículos em circulação nas estradas, em todo o mundo, são montados, em 1960 (a partir do 614.456) os piscas à frente, em portugal
ficaram conhecidos como "maminhas", enquanto que atrás surgem uns faróis combinados (Luz de presença, Luz de travão e piscas).
Em 1961, já se
contavam com várias versões da Transporter: As Pick-Up base/ caixa alargada/ cabine dupla, A transporter de 9 Lugares, o Minibus panorâmico de 9 Lugares, a Pão de forma versão Policia, a ambulância M150 e a Camping.
A qualidade de vida, continua, a melhorar a bordo do "Pão de Forma": com um novo mostrador electrico de gasolina, pala de sol e pega de segurança para o passageiro. As
Transorters de 1961 distinguem-se essencialmente pelas pegas das portas posteriores com fechadura incorporada.
As séries especiais continuam a
aparecer. Em 1962 começam a ser fabricadas no Brasil, após a adopção das Transporters pela Policia de São Paulo.
O conforto da condução continuou a melhorar. O assento do Condutor é separado e regulável, tanto longitudinalmente como em inclinação.
No exterior, os faróis traseiros
ovais além de maiores, plásticos, passam a duas cores: Laranja para os piscas e encarnados para a presença e travão.
A partir de Junho disponibiliza-se, em opção, um novo motor de 1.500 cm3 de 42 Cv às 3 rpm, atingia-se, agora, os 100 km/h em velocidade de ponta (antes 95km/h)- esta
qualidade já estava disponivel desde Janeiro para o mercado Americano.
É tempo de Festejar!!!!
A volkswagen de Hanover
fabrica a milionésima Pão de Forma, sai da fabrica a 2 de Outubro de 1962; e é uma Minibus DeLuxe, 9 Lugares, de cor vermelha e branca, coberta de
Flores, que é oferecida à UNICEF. A marca festejou o acontecimento com uma cerimónia, presidida por Heinz Nordhoff.
Em 1963 são diferentes as cavas das rodas traseiras,
mais largas e com rebordo exterior, enquanto que as dianteiras têm uma superfície em chapa menor por detrás da roda. As Grelha de refrigeração do
compartimento do motor passam a dez e são rebatidas para dentro. As duas portas laterais tipo armário são substituídas por uma só, deslizante, tornando
mais práctica as cargas e descargas em certos locais.
No ano de 1964, são uniformizados os piscas em todos os
modelos. São substituídos os piscas "maminhas" por uns redondos, maiores e espalmados - conhecidos por "olhos de peixe".
São melhoradas as escovas
limpa vidros. O motor é mais potente e o sistema de aquecimento é melhorado, passa a ter as entradas de ar ao nível dos joelhos dos ocupantes
dianteiros.
Em 1965 a Volkswagen começa a motorização de 1.500 cm3 deixando de fabricar os de 1.200cm3;
obviamente que estes novos veículos têm trens e travões reforçados. As pegas das portas tornam-se fixas, com um botão com fechadura.
A porta do compartimento de carga, das Pick-Up, é aberta por um dispositivo tipo abre-latas; no capot e porta traseira surge um
monograma Volkswagen.
Evolução após evolução, ano após ano, chega-se a 1967. O ano em que uma só chave é
suficiente para abrir todas as portas e accionar o motor! Neste ano: mais potência, melhor arranque, nova bobina, nova ingnição, novo regulador de
tensão e também um motor de limpa vidros mais eficaz. É montado um circuito electrico de 12 Volts, e como tal colocado um autoclante, do lado esquerdo
do tablier, para relembrar o condutor do facto. O acesso ao depósito de gasolina é facilitado com a introdução de um rebordo na porta.
O MÊS FATÍDICO
No mês de Agosto de 1967 é descontinuada a sua produção, em Portugal. Passa a ser um veículo do
passado, mas que de forma alguma foi esquecida, tanto em Portugal como no resto do mundo.
Do Trabalho ao lazer, sempre acompanhou os seus
proprietários.
É o "Pão de forma das Gerações", sempre amado e acarinhado. Gerações hippies amaram-nas,e, hoje em
dia em Portugal, não é de estranhar ver algumas à "porta" de Festivais de Rock, Raves, e até mesmo junto a praias com pranchas de Surf.