Nos anos da segunda grande guerra, 1939, a Mercedes dominava o mundo da competição, os automóveis patrocinados pelo Estado eram imparáveis e apenas encontravam alguma concorrência da parte da Auto Union, uma empresa também financiada pela Alemanha.
Em 1946 a Alemanha sai devastada da guerra e os recursos para apoiar um desporto como o automóvel não existiam, a Mercedes teve então, tal como as outras Industrias Alemãs, que se restabelecer e consequentemente recomeçar "por baixo" voltando à produção de berlinas mais básicas, como é o caso do type 170.
No entanto a reputação da Mercedes-Benz assentava em carros de alta qualidade, e logo se começou a planificar um novo carro de luxo equipado com um potente motor.
O resultado sai em 1951 com a introdução da limousine type 300, seguida duma versão mais pequena o 220. O próximo passo seria o regresso à competição.
Denominado de M186, caracterizava-se como um motor robusto de 6 cilindros concebido para proporcionar a potência adequada ao pesado carro de luxo. Das suas características destacavam-se o veio de excêntricos à cabeça que adicionava as duas válvulas em cada cilindro, enquanto a vela não se encontrava na cabeça do cilindro, mas sim no bloco. Este motor debitava 116cv em versão de produção e 175cv em versão de competição.
Uma potência que fazia a excepção
A primeira alteração feita no protótipo desportivo, o W194, foi a inclinação do motor para um ângulo de 45 graus que teve o objectivo de reduzir a altura do veículo, mas que requeria um cárter seco.
A primeira aparição do Mercedes 300 SL (o nome oficial do W194) foi nas Mile Miglia de 1952. O bom resultado obtido na corrida abriu óptimas perspectivas para a entrada nas 24 Horas de Le Mans, o que viria a confirmar-se com a conquista dos 2 primeiros lugares na prova de resistência francesa. O 300 SL, vem ainda a conquistar mais duas vitórias em
Nurburgring e na Carrera Panamericana, concluindo o seu primeiro ano em competição com excelentes resultados.
Dominio do 300 SL na competição
Por volta desta época foi dada luz verde para a criação de um modelo de estrada.
O 300 SL de estrada chegou em 1954. Utilizava uma estrutura em alumínio o que obrigou à adopção de um estilo prático no design da carroçaria, sem nunca comprometer a robustez.
A construção do chassis obrigava a que a abertura normal da porta não poderia ser integrada no design, e portanto surgiram as famosas portas elevatórias apoiadas no tejadilho que imediatamente ganharam a designação de "gullwing".
Um caso único na estética
Tal facto permitiu ao 300 SL sobressair ainda mais, que além ter uma estética única, era também no capítulo mecânico um carro que fez a excepção. O motor de injecção debitava 215cv. permitindo ao 300 SL alcançar uma velocidade máxima de 260km/h.
Entre 1954 e 1957 foram produzidos 1400 exemplares. E quando lhe tiraram as asas e saiu uma versão descapotável, o carro deixou de ser o mesmo.