O SUBSTITUTO DO R4
O Renault 5 era um carro que combinava um conceito muito francês com uma vocação internacional. Em França seguia-se a tradição de que os carros pequenos eram ferramentas utilitárias e não símbolos de estatuto. A gama do R5 começou por uma versão equipada com um motor de apenas 782cc, sendo limitado em termos de potência, o que obrigou a alterar as relações de caixa para lidar com a condução do dia-a-dia.
O Interior era maioritariamente de plástico, mas quando se considerava que um dos carros de maior sucesso do pós-guerra era o Citren 2CV, desenhado para ser "um quatro lugares e um chapéu-de-chuva"; o "Cinq" era uma máquina sofisticada. Mas a França era mais do que agricultores com orçamento reduzido e havia um mercado de exportação a considerar. Assim, o resto da gama R5 oferecia mais potência e mais conforto. A gama ia desde o motor de 845cc com 36 CV até ao 1100cc com 43 CV. E qualquer um dos motores encontrava-se montado longitudinalmente atrás do eixo dianteiro tal como no R16.
Personificava o espirito jovem
O anterior R6 utilizava um chassis auxiliar à frente combinado com uma plataforma para suportar o motor e a suspensão, mas o R5 tinha uma carroçaria monobloco mais resistente. A característica principal era o conceito "hatchback" com destaque para a quinta porta.
Os trofeus R5 eram de uma competitividade Extraordinária.
Para minimizar os custos de manutenção foram pela primeira vez utilizados paneis da carroçaria fabricados em materiais mais leves e fáceis de reparar que a chapa. Por exemplo, os pára-choques eram de fibra de vidro pré-impregnada, uma técnica desenvolvida para os Renault 15 e 17 e concebidos para resistir a impactos a 7,25km/h sem causar danos. O R5 utilizava uma suspensão com barra de torção e a sua grande distância entre eixos (2,43m) era a maior da classe levando as rodas para as extremidades do carro.
Em 1976,a Renault lançou o seu novo modelo pelo mercado americano, onde passado pouco tempo, um génio do "marketing" da altura ao chamar de "le Car" ao pequeno R5 tornou-o num "best seller" de vendas chegando a ocupar o 18º lugar no ranking de vendas dos EUA. Um resultado notável para um carro tipo miniatura vindo da Europa. O modelo esteve nas linhas de produção entre 1972 e 1984 e foram feitos mais de 33000 unidades, dando um enorme contributo para o crescimento da Renault.
À medida que o tempo passava, o R5 foi sofrendo algumas melhorias. O motor cresceu para 1289cc com 58CV enquanto que nos seus últimos anos, 1980 foi introduzida uma versão de 1397cc com 51 cv. No entanto ainda foi criado um 5 mais potente. No salão de Paris de 1978, a Renault apresentou um protótipo todo concebido para ralis.
Neste modelo seu motor era central.
Tinha um motor de 200cv turbo-comprimido de 1397cc - montado na traseira e com tracção às rodas de trás capaz de alcançar uma velocidade máxima de 200km/h. Em 1975 ainda foi introduzida a versão de 5 portas bem como novos motores, nomeadamente o 1108cc, que consumia apenas 4,9litros aos 100km a uma velocidade constante de 90km/h e 6,3 aos 100km no tráfego citadino. Com a gama 5, a Renault criou um modelo tão versátil nas cidades como nas pistas.
Jean Ragnoti foi um dos grandes pilotos da Renault